Ao estudar a Bíblia, Lutero desenvolveu quatro princípios teológicos fundamentais. Primeiro: a Bíblia é a única referência da verdade. Segundo: a salvação só vem por meio da graça de Deus, e não pagando indulgências. Terceiro: Jesus Cristo, através da morte na cruz, pagou por todos os pecados e é a única ponte entre os homens e Deus. E, o quarto princípio: as pessoas são salvas somente pela fé.
Martinho Lutero, em alemão: Martin Luther foi um monge agostiniano e professor de teologia germânico que tornou-se uma das figuras centrais da Reforma Protestante. Levantou-se veementemente contra diversos dogmas do catolicismo romano, contestando sobretudo a doutrina de que o perdão de Deus poderia ser adquirido pelo comércio das indulgências. Essa discordância inicial resultou na publicação de suas famosas 95 Teses em 1517, em um contexto de conflito aberto contra o vendedor de indulgências Johann Tetzel. Sua recusa em retratar-se de seus escritos, a pedido do Papa Leão X em 1520 e do imperador Carlos V na Dieta de Worms em 1521, resultou em sua excomunhão da Igreja Romana e em sua condenação como um fora-da-lei pelo imperador do Sacro Império Romano Germânico.
Lutero propôs, com base em sua interpretação das Sagradas Escrituras, especialmente da Epístola de Paulo aos Romanos, que a salvação não poderia ser alcançada pelas boas obras ou por quaisquer méritos humanos, mas tão somente pela fé em Cristo Jesus (sola fide), único salvador dos homens, sendo gratuitamente oferecida por Deus aos homens. Sua teologia desafiou a infalibilidade papal em termos doutrinários, pois defendia que apenas as Escrituras (sola scriptura) seriam fonte confiável de conhecimento da verdade revelada por Deus.[1] Opôs-se ao sacerdotalismo romano (isto é, à consagrada divisão católica entre clérigos e leigos), por considerar todos os cristãos batizados como sacerdotes e santos.
Em 19 de outubro de 1512, Martinho Lutero graduou-se Doutor em Teologia e, em 21 de outubro do mesmo ano, foi “recebido no Senado da Faculdade Teológica” com o título de “Doutor em Bíblia”. Em 1515, foi nomeado vigário de sua ordem tendo sob sua autoridade onze monastérios.
Em abril de 1523, Lutero ajudou 12 freiras a escaparem do cativeiro no Convento de Nimbschen. Entre essas freiras encontrava-se Catarina von Bora, filha de nobre família, com quem veio a se casar, em 13 de junho de 1525. Desta união nasceram seis filhos: Johannes, Elisabeth, Magdalena, Martin, Paul e Margaretha. Dos seis filhos, Margaretha foi a única que manteve a linhagem até os dias de hoje. Um descendente ilustre da família Lutero é o ex-presidente alemão Paul von Hindenburg.
O casamento de Lutero com a ex-freira cisterciense incentivou o casamento de outros padres e freiras que haviam adotado a Reforma. Foi um rompimento definitivo com a Igreja Romana.
Lutero buscou forças no Senhor e compôs, em 1527, Castelo Forte, seu mais famoso hino. Anos antes, em Worms, sob risco de morte, ainda que com um salvo-conduto, defendeu sua fé. Em 1530, correndo o mesmo risco, Filipe Melâncton o representou, apresentando durante a Dieta imperial convocada por Carlos V a Confissão de Augsburgo, declaração pública de fé adotada pela maioria das Igrejas Evangélicas Luteranas.
Lutero não abandonou a fé. Sabia em quem cria! Que o Espírito Santo nos inspire e propicie as reformas que precisamos fazer!